sábado, 27 de abril de 2013

Resenha: O retorno do jovem príncipe

Título: O Retorno do Jovem Príncipe
Autor: A.G.Roemmers
Editora: Fontanar
Número de páginas: 112
Ano: 2011
 
Inspirado em O Pequeno Príncipe - clássico de Antoine de Saint-Exupéry lançado em 1943 em plena Segunda Guerra Mundial - o livro O Retorno do Jovem Príncipe é uma obra de ficção que fala do retorno do nobre já na adolescência à Terra. Com a mesma visão humanista e espiritual sobre o mundo, seus habitantes e os valores básicos que os sustentam, o poeta argentino A. G. Roemmers retoma a sutileza do personagem eternizado por Exupéry.
Ao viajar sozinho no vazio da Patagônia, um homem maduro encontra um adolescente desacordado e o socorre. Quando o rapaz acorda, o homem percebe que não se trata de um jovem qualquer, mas de um famoso príncipe que cresceu e resolveu revisitar o planeta Terra.
Os dois viajantes embarcam num diálogo denso que aborda as grandes questões existenciais. Assim, a viagem de carro se transforma em uma autêntica trajetória espiritual, que abrange a transição da inocência à maturidade, do cotidiano ao transcendente e da tristeza à alegria.
Roemmers retoma no livro discussões éticas sobre a experiência humana e aborda temas ainda cruciais à humanidade, como guerras, crises econômicas, fome e consumismo. "Durante o percurso da viagem fictícia, o Jovem Príncipe pergunta se há muitos caminhos no planeta Terra e se não ocorre aos homens procurar no céu a orientação. Sempre há problemas e os caminhos para superá-los", afirma o autor, também influenciado pelo personagem em sua infância
 
Se O pequeno príncipe é a obra-prima que é, O Retorno do Jovem Príncipe não deixa por menos, digamos assim, e me prendeu de uma forma tão extraordinária quanto o clássico de Saint-Exupéry. Aqui, ao viajar de carro pela Patagônia, um homem encontra ao lado da estrada, um jovem que, embora cercado pelo nada, dorme serenamente. Ele resolve dar carona ao garoto e, durante a viajem, em diálogos densos e meios complexos, passam a debater sobre questões que nós, nem sequer cogitamos discutir no nosso dia-a-dia. Roemmers - um argentino - consegue manter o mesmo tom leve que Saint tinha ao escrever O pequeno príncipe. E se o clássico já o fazia parar, pensar e tentar responder questões icognitivas como "Quem somos nós?", o Retorno do Jovem Príncipe nos faz questionar porque estamos aqui, como o mundo chegou a ficar como está hoje, porque não somos mais feizes como tantas teorias teimam em nos dizer que é mais fácil do que pensamos, entre outras tantas coisas. Um livro singelo e despretencioso. E, ao mesmo tempo, crucial. Uma história leve, livre, colorida -embora o livro não tenhaaquarelas. Daquelas que te dão animo para lutar - e viver a vida.

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